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Cenas extras e deletadas

Público·1 membro

*SPOILER* Cena deletada de Se Casar, não se Apaixone

ESSE POST CONTÉM SPOILERS DE SE CASAR, NÃO SE APAIXONE.

Agora que Se Casar, não se Apaixone está entre nós, quero compartilhar com vocês uma cena deletada do livro.


Antes, um breve contexto: eu sempre faço muitas edições nas minhas histórias e nunca apago nada, mesmo mudando algumas coisas bem importantes. As cenas são colocadas em um lugar guardado para serem aproveitadas depois, ou apenas para eu saber que, em algum momento, aquela foi a versão desejada da história.


Em uma das versões, a revelação sobre a paternidade de Jamie acontecia durante um café da manhã depois da festa. Nessa ocasião, pasmem, Tessa e Vincent ainda não tinham consumado o casamento. Desesperador, não acham? rsrsrs


Aqui vai a cena para vocês:




A noite foi um borrão e a manhã veio com uma dor de cabeça avassaladora. Theresa estava sozinha na cama quando despertou e havia um bilhete e um vidrinho marrom ao seu lado, bem em cima do travesseiro de Vincent.


“Beba para se sentir melhor.”

Ele tinha uma caligrafia bonita, marcante, masculina — e ela não sabia como encararia Alice naquela manhã, já que precisava assumir para si mesma, diante de um espelho, que estava se apaixonando pelo marido. Uma tragédia que a fez se levantar, beber pó de casca de salgueiro misturado em água, e se sentar à escrivaninha para escrever uma cena que desabou sobre sua cabeça com a realização dos sentimentos inconvenientes.


Não era ruim se apaixonar — era péssimo. Pior ainda se apaixonar por um homem com quem ela combinou não fazer isso. Nunca. Paixão atrapalhava os negócios e o que ela tinha com Vincent podia dar muito certo sem aquela inconveniência.


Mas não havia nada que pudesse fazer. Theresa gostava de Vincent Bailey um pouco além do que deveria, então enfrentar o problema era a única solução. Claro que não diria nada a ele — não admitiria que o homem exercia poder sobre ela nem o deixaria ter o gosto daquela informação —, apenas aceitaria e seguiria adiante. Depois de meia hora debruçada sobre a cena, ela se vestiu e desceu, garantindo que seu penteado estava bem ajustado e seu rosto, corado o suficiente.


Todos estavam reunidos à mesa de refeições, tomando o desjejum. Ao vê-la descer, Vincent se levantou e puxou a cadeira ao seu lado para que se sentasse. Ela sorriu em agradecimento e se deparou com os olhos semicerrados de Alice, observando. Tudo bem, podia admitir para a amiga o que sentia e faria isso depois, antes que Alice abrisse a boca e contasse a Frederick as suas impressões, porque Frederick certamente contaria tudo a Vincent em seguida.


Pare de pensar, Theresa. Encha a boca de comida e pare de pensar.


— Ontem você nos deixou cedo, Theresa — Gregory Bailey disse assim que ela mordeu um biscoito. Antes mesmo que Vincent conseguisse falar o que pretendia, deixando-o com a boca meio aberta. — Espero que não tenha sido por causa da presença da Srta. Price.


Provavelmente todo mundo na mesa — e isso era muita gente — olhou para Gregory com sobrancelhas erguidas e testas franzidas. Até a esposa dela, Dora, uma mulher simpática e muito silenciosa, pareceu não acreditar que o marido disse aquilo. Exceto que ela supostamente entendia o que ele estava querendo dizer, enquanto ninguém mais tinha a menor ideia.


— Tive uma pequena indisposição — ela explicou e nem era mentira. — Por que a Srta. Price seria motivo para que eu me recolhesse mais cedo?


Os olhares permaneceram sobre Gregory. Havia um sorriso esquisito nos lábios dele, um do tipo que Theresa não gostava porque significava malícia. Aquele homem pretendia chegar a algum lugar com a conversa e não seria um bom lugar.


— Ah, talvez você não quisesse ficar no mesmo ambiente que a antiga amante do seu marido.


Edith cuspiu o chá sobre a mesa. Phoebe bateu com os talheres no prato e Violet pensou em se levantar, mas desistiu no meio do caminho. Frederick olhou para Vincent e Alice arregalou os olhos. Agatha soltou uma interjeição ininteligível e Marianne continuou comendo como se nada daquela conversa a afetasse.


— Por Deus, Gregory. Eu o recebo em minha casa com toda hospitalidade para que tenha esse tipo de conversa à mesa? — Agatha admoestou.


— Sinto muito! É que ontem todos falavam dela e do menino, então pensei que fosse um assunto inocente.


Ah, mas aquele canalha não sentia absolutamente nada. Aquelas eram as desculpas mais falsas que Theresa já ouvira e certamente ninguém acreditou em Gregory. Ao seu lado, Vincent estava tão tenso, com o maxilar tão travado, que parecia prestes a quebrar um molar ou ter uma hemorragia pelo rompimento daquelas veias pulsantes em sua testa.


— Não admitirei que perpetue esse tipo de difamação em minha casa — ele disse, a voz tão grave e baixa que parecia saída das profundezas de algum lugar sombrio. — A Srta. Price é amiga de longa data de minhas irmãs e não foi minha amante.


Gregory riu.


— Calma, primo, não tive a intenção de falar mal dela, principalmente se permitiram que ela viesse à festa. Já decidiram o que fazer sobre o menino?


A mesa inteira continuava prestando atenção na conversa e aquela pergunta provocou uma tempestade de reações diferentes. Mais sobrancelhas erguidas, mais olhos semicerrados e alguns arregalados, em compreensão e surpresa. Theresa parou de respirar. O que Gregory Bailey parecia saber que ninguém ali tinha percebido, ainda?


— Que menino? — perguntou Rosa.


— O filho de Vincent, claro. O menino bastardo que a Srta. Price finge ser do falecido marido.

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Informações

Aqui vocês encontram cenas extras e deletadas dos meus livro...

Tatiana Mareto @ 2020 - Todos os direitos reservados.

 

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