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Feliz 2009

Foto do escritor: Tatiana MaretoTatiana Mareto

Faz tempo que quero dedicar tempo e espaço na minha vida para falar sobre ser autora autopublicada e o momento chegou. Por isso a newsletter de hoje é sobre como entrei para o mundo das pessoas que publicam livros


(Spoiler: deu trabalho)


Isso aconteceu em 2008, mas eu já publicava fanfics há uns bons 10 anos, tanto em fóruns quanto no Nyah (que ainda existe, mas não ouço ninguém do meu meio falar dele, mais). 


Minhas histórias sempre foram de mim para mim, uma manifestação silenciosa do barulho intenso da minha criatividade. A ideia de jogá-las no mundo para um monte de gente ler nunca me assustou e eu até imaginava que pudessem gostar, apenas não imaginava que pudesse transformá-las em livros.


Parêntese. Livro aqui não é formato, é minha metáfora (nem tanto) para a obra. Eu escrevia fanfics e não livros. Bem isso. 


Foi o marido que disse: por que você não publica essas histórias (e por publicar ele queria dizer: transforme em alguma coisa comercial e vendável, se jogue no mundo)? Eu ri, depois pensei a respeito, então concluí que eu era escritora de fanfics. Não demorou muito para uma história bater na porta e dizer: oi, sou seu original, que tal me colocar no papel?


Assim surgiu O Segredo de Esplendora.

Capas originais dos três livros de O Segredo de Esplendora. Não, eu não tinha lá muitas habilidades apesar das ideias me encantarem rsrs.
Capas originais dos três livros de O Segredo de Esplendora. Não, eu não tinha lá muitas habilidades apesar das ideias me encantarem rsrs.

Ah, sim, eu gostava de escrever fantasia e uns romances bem fora da casinha, do tipo que, se eu publicar hoje, provavelmente não vende nada. Até romance em que todo mundo morre no final eu tenho, chupem essa manga! 

Então escrevo obras originais desde 2008, mas não foi nada fácil ou simples chegar até 2024 me considerando uma autora autopublicada consolidada e satisfeita com a decisão. Porque sim, foi uma decisão não lançar meus livros por editoras. Não teve nada a ver com falta de opção nem com “ninguém quer o meu livro”. Já tive lançamento em Bienal SP. Autopublicar foi uma decisão consciente e permanece sendo porque, para mim, é a melhor que pude fazer. 


Só que o início é o início para todo mundo, né? Quase. Tem gente que dá sorte, que vira hit, que ganha na megasena da virada na primeira vez que joga. O resto de nós passa por todos os caminhos antes de chegar a algum lugar. Os caminhos costumam ser ou pedregosos, ou elameados e geralmente estamos sem sapatos. Dói e faz calor. 

Pra mim foi tudo isso, principalmente porque, quando A Origem saiu em 2009, não tinha Amazon. 


MEU DEUS TATIANA, COMO ALGUÉM CONSEGUIA SE AUTOPUBLICAR SEM AMAZON?


Surto, óleo sobre tela. Meme catado do Pinterest
Surto, óleo sobre tela. Meme catado do Pinterest

Aos trancos e barrancos. A autora independente tinha a opção do Clube de Autores para seus ebooks (que não eram nada populares no Brasil) ou contratar gráficas para imprimir seus impressos (que não seriam vendidos em lugar nenhum porque não se comprava muitos livros em lojinhas virtuais desconhecidas nem as livrarias queriam saber da gente). A Amazon chegou em 2012 com o KDP e foi um divisor de águas que transformou a vida de quem chegou na autopublicação antes dela.


Tá, mas se foi nível hard assim, por que raios você escolheu se autopublicar? 


Porque gosto de controlar as etapas do processo, gosto de ser “a dona” do meu texto e de decidir o que fazer com ele até depois de publicado. Desde o momento em que a história se forma na minha cabeça até o momento em que ela está voando por aí, como autopublicada eu tenho o poder até mesmo de eliminá-la para sempre. Ou de editá-la. Ou de traduzi-la. Ou de trocar a capa. 


Cruzes, você é uma control freak?


Não. Talvez um pouco. 


Ok, eu posso ser meio maníaca por controlar processos e por isso escolhi um formato de trabalho em que todas as tomadas de decisões importantes estejam na minha mão, inclusive sobre marketing. 


E foi em 2009 que me lancei nesse mundão da autopublicação, onde sigo feliz até hoje. Já tive experiências com editoras, quatro delas, algumas tranquilas, outras nem tanto, e posso garantir que estou no lugar em que me sinto mais confortável.


Recomendações da semana

  • Um livro que me fez estar em paz com processos de publicação e o “sucesso”, dois temas que assolam autoras independentes, é o Hit Makers de Derek Thompson. Considero leitura obrigatória para toda autora, seja ela autopublicada ou não. 

  • A K. M. Weiland está com 25% de desconto em todos os seus livros. O site dela é um oásis para autoras que querem estudar e entender melhor estrutura e outros elementos das histórias. Só para quem lê em inglês ou não liga de passar livros por softwares de tradução.

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Tatiana Mareto @ 2020 - Todos os direitos reservados.

 

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